sábado, 3 de outubro de 2015

03 de outubro: Dos dentistas ao fim do mundo

   Por conta da fundação do primeiro curso de formação para odontólogos (ou dentistas), na cidade de Baltimore (EUA), ter se dado em 03 de outubro de 1840, anualmente o Dia Mundial do Dentista é comemorado em tal data. Parabéns a todos os dentistas, com seus apetrechos de motorzinho aterrorizantemente barulhento e a terrível mania de querer puxar assunto exatamente quando não podemos dizer bulhufas sem angustiantemente achar que vamos engasgar.






   Mas, já que estamos falando de dentistas ou odontólogos (por que mudaram o nome? Tinha muita gente achando que "dentista" era alguém que pertencia a uma seita esquisita chamada "dentismo" que havia se desprendido do famoso "vampirismo" ou algo assim?), impossível não lembrar de cárie, que, por sua vez, nos remete automaticamente à doces, os quais contém açúcar, o que nos lembra que muita gente prefere um adoçante nas coisas, pois acham que, entre outras coisas, ele ajuda a emagrecer.
   Porém, antes de a palavra "adoçante" servir para designar especificamente tal substância substituta do açúcar, ela servia (e ainda serve) para designar tudo aquilo que adoça. Logo, pode-se dizer que existem várias substâncias adoçantes ou que, ao longo do tempo, a humanidade fez uso de várias delas. Todavia, a primeira de todas foi, sem sombra de dúvidas, o mel. E quem produz o mel?
   Exatamente, as vespas (algumas espécies, sul-americanas inclusas), também chamada de cabas, aqui pelas bandas do norte. E vocês sabiam que, quando, há muito e muito tempo numa galáxia muito distante, as primeiras flores surgiram, um grupo de vespas resolveu que seria supimpa deixar de se alimentar de pequenos insetos e aranhas para viver de pólen. Talvez as outras vespas até tenham olhado para as "cheiradoras de flor" como umas esquisitonas, tipo boa parte de nós em relação àquele pessoal que diz que se alimenta só de luz ou algo do tipo, mas o fato é que dessas cabas convertidas ao polenismo descendem as nossas queridas abelhas.



Mel de vespa romena.

   A relação homem-abelha principiou-se pela caçada às colmeias, as quais frequentemente destruíam as colônias ou as obrigavam a migrar, porém, cedo ou tarde alguém acabaria tendo a ideia de criar abelhas, economizando tempo, energia e vidas (humanas e apiculares). Esse "alguém" foi o povo egípcio, considerado o pioneiro da apicultura, apesar de que a palavra "colmeia" é oriunda do grego, visto que os antigos gregos colocavam os enxames em recipientes em forma de sino e feitos de palha trançada, a qual era chamada de colmo.
   E, de tão importantes que são para nós, as abelhas são homenageadas em um dia próprio. Sim, isso mesmo, o dia 03 de outubro é quando se comemora o Dia das Abelhas.



Abelha, animal de muitos símbolos: trabalho, organização e pureza;
Símbolo real na Caldeia e França; símbolo da alma e do sol no Egito;
Símbolo sacerdotal na Grécia; A morte e a ressurreição,
por se esconder no inverno e reaparecer na primavera.

   Entretanto, não pense que as abelhas são importantes "apenas" porque produzem mel. Associadas (assim como a colmeia) à sociedade, ao trabalho em conjunto, ao amor romântico nas tradições europeia, chinesa e hindu, as abelhas estão conectas à morte e ao outro mundo no folclore europeu, e isso parece não ser à toa.
   A importância destes insetos nada insolentes é muito, muito grande, visto que são polinizadoras naturais e, na busca por pólen, elas acabam polinizando plantações de frutas, legumes e grãos, de modo que ajudam no cultivo de 2/3 dos alimentos que ingerimos, tal ajuda na agricultura sendo estimada em R$ 868 bilhões.



No cristianismo, simboliza a esperança e o Espírito Santo;
Como símbolo de Cristo, o mel é misericórdia e o ferrão, juiz do mundo;
Na Idade Média, simbolizava a Imaculada Conceição.
Também é símbolo da eloquência, inteligência e poesia.

   Fundamentais para a reprodução de cerca de 90% da população vegetal mundial, as abelhas simplesmente não podem desaparecer, do contrário, tais vegetais também deixariam de existir, dando início a um efeito dominó que levaria à extinção de animais herbívoros e de seus predadores, nós, obviamente, também sendo afetados e extintos - provavelmente não sem antes travarmos nossas últimas guerras.
   Por fim, é bom começar a ficar preocupado(a), pois o desaparecimento das abelhas não é suposição, tal fenômeno (sim, a humanidade provavelmente tem as mãos sujas nisso também, apesar de as causas ainda serem misteriosas), batizado de colony collapse disorder ou "síndrome do colapso da colônia", vem sendo observado em parte considerável do mundo, o que inclui o Brasil e a China, mas principalmente EUA e Europa.




REFERÊNCIAS

ANA Maria. Vespas e marimbondos. Disponível em: <http://www.ninha.bio.br/biologia/vespas.html>. Acesso em: 02 Out 2015.

CANOSSA, Carolina. A extinção das abelhas pode acabar com a humanidade? In: Mundo Estranho. ed. 152. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/a-extincao-das-abelhas-pode-acabar-com-a-humanidade>. Acesso em: 03 Out 2015.

HARPER, Douglas. Melissa. In:___. Online Etymology Dictionary. 2001-2015. Disponível em: <http://www.etymonline.com/index.php?term=Melissa&allowed_in_frame=0>. Acesso em: 02 Out 2015.

O'CONNEL, Mark; AIREY, Raje. Tradução de: GINZA, Débora. Abelha, colmeia. In:___. Almanaque ilustrado símbolos. São Paulo: Escala, 2011. p.206.

PEREIRA, Fábia de Mello; LOPES, Maria Teresa do Rêgo; CAMARGO, Ricardo Costa Rodrigues de; VILELA, Sérgio Luís de Oliveira. Produção de Mel: Introdução e histórico. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/historico.htm>. Acesso em: 02 Out 2015.

ROSA, Maria Cecília Amaral de. Dicionário ilustrado de símbolos. São Paulo: Escala.

SANTOS, Juliana. As abelhas estão desaparecendo. E isso é preocupante. Publicado em: 01 Fev 2014. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/as-abelhas-estao-desaparecendo-e-por-que-devemos-nos-preocupar/>. Acesso em: 03 Out 2015.

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