domingo, 1 de maio de 2016

José de Alencar e o Dia da Literatura Brasileira

   Mais conhecido pelas comemorações (e o feriado) do Dia Mundial do Trabalho, o primeiro dia de maio também comporta pelo menos outra comemoração, que será abordada aqui: O Dia da Literatura Brasileira, comemoração devida ao aniversário de José de Alencar, o verdadeiro precursor da literatura brasileira por ter sido o primeiro escritor brasileiro a retratar o Brasil em sua real forma, retratando suas regiões e seus elementos - humanos e e naturais - próprios.

   Ainda não consegui encontrar se a data comemorativa em questão surgiu por força de lei, então assumo que se deve por tradição, como tantas outras datas que começam a ser celebradas informalmente e tornam-se legítimas.





   Sobre José Martiniano de Alencar, ele nasceu em 1 de maio de 1829, na cidade de Mecejana, Ceará, falecendo no Rio de Janeiro, em 1877. Seu pai foi José Martiniano de Alencar, ex-padre e então senador. De 1845 a 1850, cursou direito em São Paulo e, em parte, em Olinda. Nesse período, compôs uma novela histórica, intitulada "Os contrabandistas", que foi queimada por brincadeira de um companheiro de quarto.
   Uma vez formado, Alencar começou a advogar no Rio, rapidamente sendo absorvido pela literatura. Primeiramente, tornou-se cronista do Correio Mercantil ("Ao correr da pena", 1854), depois, redator do Diário do Rio de Janeiro - sob o pseudônimo de Ig, escreveu para este uma série de artigos crítico sobre o poema A Confederação dos Tamoios (1856), de Gonçalves de Magalhães.
   Foi também no Diário do Rio de Janeiro que Alencar publicou, como folhetim, seus dois primeiros romances de ambientação carioca: "Cinco minutos" (1856) e "A viuvinha" (1857), bem como o romance histórico "O guarani" (1857).
   Alencar também dedicou-se ao teatro, escrevendo, de 1857 a 1860: O libreto da ópera bufa "A Noite de São João", as comédias "O crédito", "Demônio familiar" e "Verso e Reverso", bem como os dramas "As asas de um anjo" e "Mãe" - todas essas peças foram apresentadas no Teatro Ginásio Dramático do Rio de Janeiro.
   Entrou para a política após a morte do pai em 1860 e elegeu-se deputado provincial pelo Ceará, galgando a pasta da Justiça no ministério conservador de 1868 a 1870 e afastou-se da política quando entrava na casa dos quarenta anos porque Pedro II preteriu-o na indicação ao Senado.





   As suas produções da década de 1860 foram: "As minas de prata" (1862-1866), "Lucíola: Perfil de mulher" (1862), "Diva: Perfil de mulher" (1864) e "Iracema: Lenda do Ceará" (1865), além dos opúsculos de natureza política: "Ao Imperador: Cartas políticas de Erasmo" (1865) e "Ao Imperador: Novas Cartas políticas de Erasmo" (1865), "Ao povo: Cartas políticas de Erasmo" (1866), "O juízo de Deus: Visão de Jó" (1867) e "O sistema representativo" (1868).
   Na década de 1870: "O gaúcho" (1870), "A pata da gazela" (1870), "Sonhos d'Ouro" (1872), "Til" (1872), "Alfarrábios: Crônica dos tempos coloniais - O garatuja" (1873), "Alfarrábios: Crônica dos tempos coloniais - O ermitão da Glória e A alma de Lázaro" (1873), "A guerra dos mascates" (1873), "Ubirajara" (1874), "Senhora" (1875) e "O sertanejo" (1875), além do drama "O jesuíta" (1875).
   Em 1877, viajou à Europa para tratar-se - em vão - de uma tuberculose, morrendo ao regressar ao Rio de Janeiro, em 12 de dezembro. Suas obras póstumas foram o romance "Encarnação" (1877) e a autobiografia "Como e por que sou romancista" (1893).
    E como completaram 70 anos de sua morte em 1947, as suas obras estão sob domínio público, podendo ser utilizadas e disponibilizadas na internet gratuitamente, por exemplo. Com isso, achei que seria uma boa colocar num só lugar o máximo possível de obras do José de Alencar que estão disponíveis por aí. Boa parte do material foi encontrado no Domínio Público (onde consta a peça "O que é casamento?" que não vi citada na biografia e bibliografia de Alencar que consultei), mas alguns tiveram que ser garimpados por aí, como no site do Senado (onde encontrei escaneamentos, de discursos, inclusive). Outros arquivos ainda estão sendo garimpados, por isso não contam com link (se você tiver algum, seguro, compartilhe).





Romances






Teatro





Crônica







Autobiografia







Crítica e polêmica



  1. Cartas sobre a Confederação dos Tamoios (Publicadas no Diário)
  2. Ao imperador: Cartas políticas de Erasmo
  3. Novas cartas políticas de Erasmo
  4. Ao Marquês de Olinda
  5. Ao povo: Cartas políticas de Erasmo
  6. O sistema representativo




Outros


  1. Discussão do voto de graças: Discurso proferido na sessão de 9 de agosto de 1869
  2. Emancipação dos escravos, o.c.d. as sociedades maçônicas e abolicionistas do Império
  3. Esboços jurídicos
  4. O Marquês do Paraná: Traços biográficos (Publicado no Diário)
  5. Os partidos
  6. A propriedade
  7. Questão de habeas corpus
  8. Uma tese constitucional: A princesa imperial e o príncipe consorte no Conselho de Estado
  9. Voto de graças: Discurso que devia proferir na sessão de 20 de maio o deputado J. de Alencar







REFERÊNCIA

BOSI, Alfredo. Alencar. In:___. História concisa da literatura brasileira. 43ª ed. São Paulo: Cultrix, 2006. p.141-8.

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