quarta-feira, 27 de abril de 2016

Sobre "Batman vs. Superman: A origem da justiça"

   Dividindo mais opiniões do que Moisés dividiu o Mar Vermelho, o filme "Batman vs Superman: A origem da Justiça" é um sucesso de bilheteria e apresenta um tom completamente diferente do que tem sido visto nos filmes de super-heróis e anti-heróis, tom, inclusive, que obviamente não funciona para todo filme do gênero e, portanto, não deve ser tomado como "o tom da DC nos cinemas" - exceto, talvez, no que diz respeito ao nível colossal das coisas, principalmente porque a DC sempre contrapôs-se à Marvel por apresentar os seus super-heróis de forma divinizada [1], como Bernardo Santana, editor sênior da DC Comics no Brasil, informou a Marcelo Rafael em 2012:



"Na Marvel, os seres superpoderosos têm (e sempre tiveram) uma abordagem mais pé no chão, enquanto na DC, pelo menos no que diz respeito aos personagens mais icônicos, os heróis ainda têm uma natureza uma pouco 'divina'" (SANTANA, Bernado, citado por Marcelo Rafael, 2012)


   Então, podemos realmente esperar coisas tão alopradas quanto o Superman sendo atingido por um míssil atômico ou lutando até a morte contra Apocalipse nos próximos filmes da DC. O que não pode ser esperado com toda a certeza é o mesmo tom tão tenso ("tão" porque houve algumas piadinhas sim) deste filme - principalmente se o Flash estiver no meio, mas vamos ao filme.





   As críticas a ele vão de "ritmo lento" a "teaser mal feito que serve de introdução para a Liga da Justiça", passando por críticas ao CGI usado para o Apocalipse ou ao abuso de CGI em todo o filme, bem como ao Lex Luthor sendo retratado mais como coringa e menos como Lex Luthor ou à falta de desenvolvimento de personagens, sendo uma constante a afirmação de que as coisas acontecem sem nenhuma explicação.
   Então, para começo de conversa, num filme, as coisas não precisam ser explicadas explicitamente, sendo que 1) a explicação para quase tudo o que está acontecendo é comum em telenovelas e isso costuma ser alvo de críticas do povo que alega não gostar das mesmas, por exemplo; 2) sinceramente, se você precisa que te expliquem tudo o que está acontecendo num filme e não consegue construir o entendimento juntando as peças fornecidas por ele, então é melhor ir assistir algo onde tudo seja didaticamente explicado, tipo uma videoaula; e, 3) muitas críticas e textões que eu tenho lido deixam claro que a pessoa não prestou atenção suficiente ao filme, já que vários pontos criticados são facilmente explicados por detalhes presentes no filme, enquanto outras demonstram apenas uma falta de contato com o universo dos quadrinhos, das animações e dos games de super-heróis.
   Sim, o filme em questão é muito mais voltado para o público que é fã ou que tem um contato mínimo com o universo dos quadrinhos do que para o público em geral, como foi muito bem apontado por algumas críticas, mas isso não quer dizer que todo fã tenha feito críticas positivas e todos os "leigos" tenham odiado o filme - e por não concordar com boa parte das críticas negativas vistas, muitas sem qualquer sentido, resolvi fazer este gigantesco artigo, o qual se encontra organizado nas seguintes seções: 1) Por que o Steve Rogers aprova "Batman vs Superman: A origem da justiça"? (seção repleta de subseções); 2) Flashes de um futuro esquecido; 3) Referências a um futuro vindouro; 4) Alexander "Lex" Luthor Junior. Por fim, uma Conclusão.




Por que Steve Rogers aprova
"Batman vs Superman: A origem da justiça"?

   Porque tem muitas, muitas, mas muitas referências, easter eggs, homenagens e trivialidades - e referências que levam a inferências, bem como easter eggs [2], sendo que o mais curioso precede o filme em 09 (nove) anos: A presença do cartaz do filme de Batman vs Superman num prédio do filme "Eu sou a lenda", de 2007, sendo que a logo utilizada é bem próxima da que a Warner Bros utilizou para o filme real.



Eis o easter egg em "Eu sou a lenda" (2007)


   Sim, "para o filme real", porque, caso você não tenha ficado sabendo, em 2014, em entrevista ao Collider, o diretor de "Eu sou a lenda", Francis Lawrence, revelou que o easter egg foi introduzido na produção de 2007 porque o produtor e roteirista de "Eu sou a lenda", Akiva Goldsman, havia escrito um roteiro inicial para um filme de Batman vs. Superman, o qual não foi adaptado para as telonas por conta da trilogia do Batman de Christopher Nolan, e porque eles resolveram imaginar quais filmes seriam lançados quando a praga se alastrasse [3] - detalhe que a a Warner Bros não autorizou a utilização da logo no filme e só não processou os dois porque eram contratados dela.
   Agora, dentro do filme, um dos easter eggs é parte de uma brincadeira entre os diretores Zack Snyder e J.J. Abrams, os quais fazem homenagens aos filmes uns dos outros durante as gravações e a produção. No caso, em "Batman vs Superman: A orgiem da justiça", depois que Lex Luthor é preso pela criação de Apocalipse, o seu código de prisioneiro é 16-TK421, sendo que TK-421 é a designação do stormtrooper cujo uniforme é roubado por Luke Skywalker e Han Solo na Estrela da Morte, em "Star Wars - Episódio IV: Uma nova esperança".





   O outro diz respeito a um trabalho anterior de Zack Snyder, "Watchmen", onde parte do elenco dele participa deste filme, no caso, Patrick Wilson, que interpretou o Coruja (personagem que é equivalente ao Batman, diga-se de passagem) deu voz ao presidente dos EUA, enquanto Carla Gugino, a primeira Espectral, reprisou o seu papel em "O Homem de Aço" ao emprestar a sua voz para a robô da nave kriptoniana.
   O terceiro ator que esteve em "Watchmen" e em "Batman vs Superman" é Jeffrey Dean Morgan, sendo que o interessante deste easter egg é que se pode dizer que, por ele ter interpretado o Comediante, a sua interpretação como Thomas Wayne (pai do Bruce) talvez seja uma brincadeira com o próprio tom do filme, mais ou menos como se houvesse a seguinte mensagem: "Este filme é sombrio e tenso porque o Comediante foi assassinado".



A morte do Comediante em "Watchmen", pretendo retomar esse
tópico mais lá na frente, só que por outro motivo...




Da Páscoa ao Apocalipse

   Agora, considerando o período de lançamento do filme e o fato de referências serem tratadas como easter eggs e vice-versa, poder-se-ia considerar a própria abundância de referências no filme como um easter egg - sem contar que a data de lançamento "coincidiu" com a quinta que, pelo calendário pascoal deste ano, corresponderia à memória da Última Ceia, um dia antes da Sexta-Feira Santa (quando se relembra a crucificação e morte de Cristo) e três dias antes do domingo de Páscoa (quando se celebra a ressurreição de Cristo), e (quase) todo mundo que conhece o Superman sabe que o mesmo é uma alusão (entre outros seres divinos) a Jesus Cristo [4] e que, embora tenha morrido no filme pelas mãos do vilão Apocalipse (Doomsday, no original, algo como "Dia do Juízo Final"), certamente voltará, se não em três dias, talvez no terceiro filme da DC após este [5].
   Aliás, a morte de Superman pelas mãos de Apocalipse é uma referência à história "A morte de Superman", na qual, assim como no filme, eles se matam simultaneamente e Lois Lane está presente, a cena dela segurando o cadáver do Super tendo sido retirada diretamente dos quadrinhos. As diferenças são que, nos quadrinhos, a matança mútua se dá por meio de socos, não por punhaladas, e que Batman e Mulher-Maravilha não estão presentes.





   E o próprio Apocalipse traz referências consigo, no caso, tanto à origem dele próprio enquanto resultado de experimentos científicos quanto ao fato de ser uma "abominação kriptoniana milenar", visto que o Apocalipse dos quadrinhos resultou de experimentos feitos no planeta Kripton pré-histórico pelo cientista Bertron, que procurava criar o ser vivo perfeito, capaz de se adaptar e criar imunidade a tudo o que matasse, ou seja, o que mata Apocalipse uma vez não surte efeito novamente - e isso quer dizer que, se ele aparecer noutro filme, nem mil mísseis nucleares terão utilidade.
   Aliás, como o Apocalipse cinematográfico resultou da junção de material genético kriptoniano (leia-se: O cadáver de Zod) com humano e mais especificamente o sangue de Lex Luthor, pode-se ver aí uma referência ao Superboy, um clone incompleto do Superman que foi criado pelo Projeto Cadmus a partir da mistura dos genes do "maldito que trouxe a guerra até nós" com genes de Lex Luthor e que (assim como outros personagens) se fez passar pelo verdadeiro Homem de Aço após a morte do mesmo no confronto contra o Apocalipse.





   Outra história que foi referenciada pela produção cinematográfica é "Funeral para um amigo", continuação de "A morte do Superman". No caso, a referência consiste na replicação do caixão da imagem acima, com a diferença de ele ser preto e prateado - e essas cores fazem referência à ressurreição do Superman nos quadrinhos, mais precisamente ao seu uniforme.








A queda do morcego

   E como não faria muito sentido referenciar as histórias do Superman durante a época em que a DC estava em crise e procurando alavancar as vendas, bem como atrair mais público, e não fazer referência a qualquer história do Batman do mesmo período, pode-se considerar que o filme também referencia a famosa saga "A queda do Morcego", cujo nome original é "Knight Fall" (A Queda do Cavaleiro). De que forma?
   Assim como no filme, a saga em questão apresenta um Batman envelhecido, já sem tanta condição física nem psicológica para continuar fazendo o que sempre fez, sendo que os planos editoriais eram de deixá-lo paraplégico, preso a uma cadeira de rodas e substituído por um Batman mais moderno e violento. O que foi feito. A referência está exatamente no desgaste mente-corpóreo de Batman - que é abordado no começo do filme - e na apresentação de um Batman altamente moderno e excessivamente violento.
   E, se nos quadrinhos o Batman substituto, Jean Paul Valley, acaba matando por omissão e imprudência, no filme é o próprio Batman que mata. Mas não pense que isso de o Batman matar seja novidade ou coisa do Zack Snyder, não é, nem nos quadrinhos nem noutras mídias, como o vídeo a seguir deixa bem, bem, bem claro.







O sombrio começo dos anos 90

   Porém, não foram somente o Batman e o Superman que acabaram profundamente afetados durante o começo dos anos noventa, outros personagens da DC também sofrendo algum tipo de abalo derivado de "A morte de Superman" ou de inspiração nessa história e na saga "A queda do morcego".
   No caso, o Aquaman tornou-se amargo após a perda de uma das mãos, enquanto o Lanterna Verde tornou-se um vilão após ficar obcecado por tentar recuperar sua cidade, destruída durante os enfrentamentos de Superman e Apocalipse.



"The Contest" ou "O Concurso"
saga da Mulher Maravilha que funcionou
tal como "A morte do Superman" e "A queda do morcego".


   Contudo, não há qualquer referência a esse período sombrio dos dois personagens durante o filme - isso podendo vir a ocorrer noutros filmes, cronologicamente situados após os acontecimentos de "Batman vs Superman: A origem da justiça".
   Também não há qualquer referência aparente ao período "sombrio" da Mulher Maravilha, no qual Diana foi substituída pela violenta Artemis. No máximo, pode-se especular se o fato de Diana ter permanecido no "mundo dos homens" desde 1918 - como sugerido no filme - seja uma referência a um período anterior à substituição da Mulher Maravilha nos quadrinhos, quando Themiscyra foi transportada para fora da Terra e Diana permaneceu no planeta,  desprovida de poderes - mas só haverá certeza em filmes futuros.




Referências a "O Cavaleiro das Trevas"

   Outra história muito referenciada no filme é "O Cavaleiro das Trevas" (no original, The Dark Knight Returns, "O retorno do Cavaleiro das Trevas", Frank Miller, 1986), principalmente porque ela serviu muito mais de base para a constituição do filme do que a história "Batman vs Superman" - ainda que características de vários outros enfrentamentos dos dois super-heróis sejam perceptíveis na produção cinematográfica, como falarei noutra subseção.
   Voltando, "O Cavaleiro das Trevas" se faz presente tanto na história em si, quanto em apelos visuais. Nestes últimos, é possível perceber uma reutilização de muitos elementos da HQ e animação:

1 - Tanto a HQ quanto o filme compartilham a saída da família Wayne do cinema feita de modo a mostrar o letreiro contendo o título do filme "A marca do Zorro" - ainda que na HQ só se veja o nome "Zorro" e no filme o letreiro mostre outro filme "Excalibur". Em "Batman vs Superman: A origem da justiça", "A marca do Zorro" é mostrado em cartaz no cinema, enquanto na animação "O Cavaleiro das Trevas" ele tem o seu título exibido na televisão, no momento em que Bruce troca de canais;





2 - A ênfase ao colar de pérolas de Marta Wayne e ao seu estilhaçamento;





3 - A clássica queda do infante Bruce Wayne na caverna;

4 - A face assustadora do morcego que sai das sombras e que, no filme, é trocada por uma rápida aparição do Morcego Humano;



O Morcego Humano é o único inimigo do Batman que realmente dá as caras no filme, embora apareça num pesadelo dele, tendo correspondência tanto à assustadora face de morcego que aparece para Bruce na HQ "O Cavaleiro das Trevas", quanto à forma de morcego monstruoso pela qual Batman é visto por um dos delirantes capangas de Duas Caras na animação "O Cavaleiro das Trevas".


5 - A aparência fantasmagórica e "bizarra" de Superman após ele ser atingido por um míssil nuclear;

6 - A cena, no começo do filme, em que Bruce vaga por Metropolis, campo de batalha de Zod e Superman, e um cavalo passa por ele em meio à nuvem de poeira me lembrou de quando, na HQ, após a detonação do míssil nuclear que lança os EUA num pequeno inverno nuclear, Batman e Robin ajudam a manter a ordem em Gotham montados em cavalos;

7 - A cena em que Batman se prepara para escapar do disparo ótico de Apocalipse remete a uma cena de "O Cavaleiro das Trevas" em que Batman salta em perseguição a um carro com criminosos;





8 - E também certa cena em que o Superman ergue parte de um foguete russo, remetendo à cena em que, em "O Cavaleiro das Trevas", ele ergue um tanque da URSS em Corto Maltese.



A pose, inclusive, também é semelhante.
Ah, e o "300" que se vê no foguete é uma referência à graphic novel "300", de Frank Miller.


   Agora, quanto às referências na história em si, percebe-se que muitos elementos foram "reescritos" ou invertidos:

1 - A perseguição ao Duas Caras [6] converteu-se na caçada ao russo Anatoli Knyazev e as cenas em que Batman aparece armado remetem a quando o Cavaleiro das Trevas sai atrás de Harvey Dent com um arbalete;





2 - No filme, não temos a existência do Batman e suas ações, bem como as consequências delas, no centro do questionamento social e midiático, mas sim a do Superman (Deve existir um Superman?), cuja impetuosidade e inconsequência já é aludida na cena do banheiro, quando ele, apesar do aviso de Lois Lane de que inundará o cômodo, entra ainda vestido na banheira;



Um dos momentos onde se vê o questionamento em torno do Superman,
a cena onde várias pessoas influentes do nosso mundo aparecem comentando
os acontecimentos do filme remete a "O Cavaleiro das Trevas".
Participam da cena: Kent Shocknet (âncora do LA News), Anderson Cooper,
Nancy Grace,Neil de Grasse Tyson, Charlie Rose e Soledad O'Brien. 


3 - A pé e disfarçado de velhinha, Batman persegue uma líder de gangue neonazista, Bruno, quando é interrompido por Superman, que o chama para conversar, sendo que, na conversa, pede para que Bruce cesse suas atividades. No filme, Superman contacta Batman pela primeira vez quando este está em perseguição a Anatoli Knyazev e seu bando (que transportam o maior fragmento de kriptonita já encontrado), posicionando-se de modo que o Batmóvel acaba batendo nele;

4 - Na HQ, a conversa entre Clark e Bruce é rápida, uma vez que aquele precisa deixar o local para ir atuar como o arma definitiva dos EUA contra a URSS em Corto Maltese. No filme, o repórter Clark faz uma pausa no seu enfrentamento ao milionário Bruce Wayne para ir salvar vidas num incêndio no México;

5 - Na HQ e na animação o Coringa mata todos presentes num talk show - incluindo o psiquiatra que procura inocentar o palhaço homicida e incriminar o Batman. No filme temos Lex Luthor Jr. matando todos dentro do capitólio com o intuito de incriminar o Superman, que sobrevive e permanece em pé no ambiente incendiado tal como o Coringa no estúdio do programa, com a diferença de que este último sorri;

6 - Ainda quanto ao Coringa, o mesmo vai atrás de Selina Kyle, que foi a Mulher Gato e agora tem uma agência de acompanhantes, para fazer uso de uma das meninas dela, pretendendo que a mesma chegue até um deputado e faça uso do batom de controle mental para levá-lo a clamar por um ataque nuclear contra os soviéticos. No filme, é Luthor que se vê envolvido com um político, a senadora Finch, procurando convencê-la da ameaça que Superman representa e fazê-la aprovar a liberação da entrada do fragmento de kriptonita pelo porto. Assim como o deputado, a senadora acaba morta;

7 - Quando Batman encontra Selina Kyle, após a morte do deputado e durante a sua caçada ao Coringa, ela está amarrada, amordaçada e vestida como a Mulher Maravilha. No filme, Bruce Wayne e Diana têm os seus caminhos cruzados quando ele está investigando Lex Luthor e ela "pega emprestado" o aparelho dele para recuperar uma foto (digitalizada) dela de 1918 que estava em posse de Lex - e poderia ser usada por ele para mantê-la sob controle assim como as cordas e a mordaça na cafetina;

8 - Na HQ e na animação, Superman desvia a rota de um míssil nuclear soviético e é atingido pela detonação, ficando com uma "bizarra" aparência cadavérica e precisando, para voltar ao normal, drenar a energia solar de flores, grama e árvores do local onde ele cai. No filme, ele conduz Apocalipse ao espaço para que a abominação kriptoniana seja atingida pelo míssil nuclear, também sofrendo o impacto e ficando com aparência cadavérica e "bizarra", até que seu corpo, ainda no espaço, absorve energia solar suficiente para recuperá-lo;

9 - Em "O Cavaleiro das Trevas", a batalha entre Batman e Superman ocorre somente depois da detonação do míssil nuclear, enquanto que, no filme, ela acontece antes;



A não ser, claro, que consideremos o recorte de jornal que aparece no memorial (que tem uma estátua do Superman). Nesse caso, o embate entre o homem morcego e o homem de aço também acontece após um incidente de mísseis - agora, se ele evitou que os mísseis fossem lançados ou que eles atingissem seus alvos, fica em aberto - Ah, essa interferência em assuntos políticos parece ser uma mudança de postura do Superman, considerando o que se vê nos capítulos 03, "Senadora Finch", e 05, "Lex Luthor", da história em quadrinhos "Batman vs Superman: A origem da justiça ".


10 - O Batman faz o enfraquecido Superman sangrar tanto em "O Cavaleiro das Trevas" quanto em "Batman vs Superman: A origem da justiça". No primeiro, o sangramento se dá por conta do ataque sônico efetuado pelo Batman, enquanto que, no segundo, o sangramento decorre de um corte no rosto feito pela lança de kriptonita;

11 - No filme, o Batman não dá o golpe definitivo em Superman porque este murmura para ele salvar Martha (Kent), fazendo com que Bruce lembre de sua mãe, Martha Wayne, e tenha todo um choque emocional em torno da situação, acabando por se ver na mesma posição do assassino de seus pais. Em "O Cavaleiro das Trevas", a ligação emocional de Bruce com o assassinato de seus pais e a luta contra Superman se dá pela escolha do local do embate, já que teria sido ali, nas "calçadas imundas do (bairro) Beco do Crime" que Marta e Thomas Wayne pereceram, Bruce escolhendo "morrer" no mesmo local onde seus pais morreram e combatendo um criminoso, sim, um criminoso;





12 - Segundo o Superman em "O Cavaleiro das Trevas", Batman teria dito que eles sempre foram criminosos e que deveriam ser, sendo que, por mais que trabalhe para o governo estadunidense, o Superman tem as suas atuações ocultadas e é tão criminoso quanto qualquer um que procure atuar como vigilante. No filme, essa fala é dita por Bruce Wayne para Alfred, quando este confronta o patrão acerca das notícias sobre as violentas atividades do Batman;

13.1 - Outras falas de "O Cavaleiro das Trevas" também se fazem presente no filme, no caso, quando Alfred conversa com Bruce sobre deixar uma adega vazia para a próxima geração Wayne...





13.2 - ...E quando Batman diz "eu acredito em você" para Anatoli Knyazev, sendo esta última uma menção à fala de quando o Cavaleiro das Trevas confronta uma mutante que ameaça matar uma criança de dois anos;



A mutante sequestradora se ferrou.
Anatoli Knyazev também, mas ele pode voltar como o KGBesta.


14 - Em "O Cavaleiro das Trevas", um general do exército estadunidense, intencionando começar uma guerra, é o responsável pelo fornecimento de armas para as gangues de Gotham. No filme, é Lex Luthor quem financia o grupo rebelde nigeriano com a intenção de forjar uma situação desfavorável ao Superman, já que o mesmo é apontado como o responsável pelas mortes decorrentes da ação dele para salvar Lois Lane do dito grupo rebelde;

15 - No filme, Superman é convocado para depor a respeito de suas atividades assim como é mencionado em "O Cavaleiro das Trevas" que os super-heróis foram convocados para depor - ou seja, é como se os acontecimentos de "Batman vs Superman: A origem da justiça" fossem precedentes aos de uma realidade similar a de "O Cavaleiro das Trevas";

16 - Os dois policiais que entram no esconderijo do traficante sexual que o Batman invadiu e marcou a ferro e fogo são uma referência aos dois policiais que perseguem os capangas do Duas Caras na HQ, capangas esses que são seguidos pelo Batman até um prédio abandonado. Da mesma forma que, na HQ, o mais novo dos dois policiais, que nunca teve contato com o Batman, confronta o homem-morcego, sendo contido pelo mais velho, no filme, um dos policiais, que afirma que era a primeira vez que via o morcego de Gotham, atira nele, sendo repreendido pelo parceiro.

   Por fim, há ainda referências à continuação de The DarK Knights Return, a HQ The Dark Knights Strikes Again (no Brasil, ficou como "O Cavaleiro das Trevas 2"), cujo primeiro volume foi lançado em dezembro de 2001 e os outros dois no começo de 2002. Há pelo menos três. Além do fato de Lex Luthor ser apresentado como a mente maligna que criou a situação de enfrentamento entre o Superman e o Batman, há ainda a marca do Batman, um "z" (que obviamente remete ao Zorro), a qual o homem-morcego deixa na face de Lex Luthor - a sua ajudante, a Moça-Gato, deixando a entender que não é a primeira vez que ele a utiliza, e a utilização de tal marca entra em concordância com o "batcarimbo" visto no filme.
   A terceira referência diz respeito ao subtítulo do filme, onde consta a palavra dawn, inglês para "aurora", se lida literalmente. Acontece que, no segundo volume de "O Cavaleiro das Trevas 2", o Questão diz para o J'onn J'onzz (mais conhecido como Ajax ou Caçador de Marte) que "(...) Uma nova aurora... Uma nova era de heróis pode nascer..." ou, no original, "(...) A new dawn... A new age of heroes can be ours...". Estou viajando? Não, não estou, principalmente se for considerado que Batman e associados passam a história inteira procurando e recrutando antigos heróis (Flash, Homem-Borracha, Elektron, etc.), algo que ele começa a fazer nos momento finais de "Batman vs Superman: Dawn of justice".




A "Paz na Terra" e "O espírito da verdade" 


   A história em quadrinhos "Superman: Paz na Terra" foi referenciada em quatro momentos: Quando Superman ajuda numa inundação, quando ele faz um salvamento num incêndio no México e quando, em seguida, é cercado pelas pessoas querendo tocar nele.





   O quarto momento se dá quando ele chega ao Capitólio, a cena lembrando muito o ocorrido nos quadrinhos - exceto pelo desfecho.





   Outra história referenciada é "Mulher-Maravilha: O espírito da verdade", mas apenas no que diz respeito à cena em que Diana aparece de óculos escuros e roupa preta numa filmagem, essa aparência coincidindo com o desfecho da HQ em questão, em que ela, vestida de preto e usando óculos escuros, faz um telefonema. Quando ela olha para a câmera a filmando, há semelhança com o quadrinho que faz aproximação do rosto dela.








Entre a foice e o martelo

   Essa história do Superman é referenciada nos seguintes pontos:

1 - O Apocalipse resultante da mistura do DNA de Lex Luthor e Zod pode ser encarado como uma referência ao clone do Superman que tem uma aparência bizarra e que foi feito pelo Lex Luthor - ah, esse Super-clone morre ao parar um míssil nuclear;



O clone imperfeito do Superman que o Lex Luthor fez.
Ele tinha apenas alguns poderes que Kal-L também tinha,
enquanto outros não tinham a mesma dimensão.
Obviamente que também devia ter as mesmas fraquezas, aliás,
O Apocalipse feito do cadáver de Zod mostrou-se vulnerável à kriptonita...


2 - Muitos reclamaram do Lex Luthor cabeludo no filme, mas o Lex Luthor dessa HQ também possui uma cabeleira, mais curta, é verdade, mas tem e a perde com o tempo;

3 - Jimmy Olsen é um agente da CIA e há uma cooperação entre o governo estadunidense e Lex Luthor para destruir o Superman (soviético), cooperação essa que, no filme, fica nas entrelinhas quando Lois Lane pergunta ao general nigeriano quem está pagando pelos seguranças dele e ele retoricamente pergunta de volta "Quem paga pelos drones que passam por nossas cabeças?", em seguida afirmando que "Uma pergunta leva à outra";





4 - o Superman soviético em determinado momento assume as rédeas da URSS e os soldados de seu exército passam a utilizar seu símbolo no uniforme de forma similar ao apresentado no pesadelo de Bruce Wayne;





5 - Lex Luthor contacta o Batman por intermédio do braço direito (e traidor) de Superman e fornece a ele meios de enfrentar e derrotar o kriptoniano, o homem-morcego sendo sabotado pela Mulher-Maravilha. No filme, Batman é influenciado por Lex, que também fornece a ele o meio para enfrentar e derrotar o Superman, o qual é auxiliado na última hora por Lois Lane, que explica ao homem-morcego o porquê de o kriptoniano ter dito o nome Martha;

6 - Se no filme o Lex Luthor ganha acesso à nave kriptoniana e obtém conhecimento útil para ele conseguir derrotar o Superman (a criação de Apocalipse), nesta história ele ganha acesso à nave de um Lanterna Verde e obtém conhecimento que é utilizado no plano derradeiro contra o Superman;

7 - Também dá pra considerar o fato de que o Superman é dado como morto em "Entre a foice e o martelo", assim como no filme, sendo que na HQ ele só não morreu por pouco e certamente não morreu em "Batman vs Superman";

8 - Lex Luthor trabalha nos laboratórios S.T.A.R., que são brevemente aparecem no filme.




Vários confrontos num só

   Desde 1964, o Batman e o Superman já se enfrentaram 16 (dezesseis) vezes nos quadrinhos, sendo que dois confrontos terminaram empatados, enquanto cada um dos lados possui sete vitórias. Esse levantamento foi feito pela revista estadunidense The Hollywood Reporter e, graças a ele, podemos ver que o confronto do filme possui muito em comum com várias dessas histórias, das quais quase que só não falarei das que já foram mencionadas aqui, no caso: "The Dark Knights Return", "The Dark Knight Strikes Again", "Entre a Foice e o Martelo" e "Injustiça: Deuses entre nós".
   Presente no primeiro confronto, em 1964, na revista World's Finest Comics, o desentendimento quanto à metodologia adotada para se combater o crime também se faz presente no filme, principalmente no que tange à desaprovação do Superman quanto ao comportamento do Batman, mais agressivo e utilizador de uma marca nos criminosos, coisas que, ao que tudo indica, levam o kriptoniano a concluir que o Batman não é bom.





   Conclusão essa que também se faz presente no sexto confronto quadrinhístico, ocorrido em "Superman: Man of Steel", de 1986 (sim, o nome da HQ é o mesmo do filme precedente a Batman vs Superman).





   E a luta forçada porque algum ente querido foi sequestrado, os sequestradores  obrigando o confronto para haver libertação também não é novidade, tendo ocorrido no terceiro embate, em 1969, também na World's Finest Comics, onde Jimmy Olsen e Robin são sequestrados por alienígenas e Batman e Superman (sem poderes) se enfrentam com escudos e machados.





   Batman sendo cooptado para enfrentar e matar o Superman também aconteceu nos quadrinhos, em 1976, na World's Finest Comics, só que, em tal história, os habitantes de Kandor dão a missão ao Batman de maneira direta, enquanto Lex indiretamente lhe dá a tarefa no filme.





   Por fim e por falar no Lex, se no filme ele alimenta as crenças de Bruce Wayne em relação ao Superman, no décimo confronto quadrinhístico, ocorrido em "Lex Luthor: Homem de Aço" (2005), ele manipula o Batman, fazendo-o acreditar que o Superman é uma ameaça para toda a humanidade, declarando guerra ao kriptoniano.





Referências a outras histórias e revistas

   Existem referências a outras histórias, pelo menos uma coisinha remetendo a uma história específica, como "Batman: A piada mortal", a edição número um da Action Comics
   No caso da edição número um da Action Comics, de junho de 1938, uma gravura similar à da capa dela aparece rapidamente no mural, quando Wallace Keefe (Scoot McNairy) prepara a tinta para pichar a estátua do Superman.



As diferenças são o formato e a cor do carro, mas a referência está lá.


   Quanto ao principal capanga de Lex Luthor, Anatoli Knyazev, não apenas o nome dele remete ao vilão dos quadrinhos conhecido como a Besta ou KGBesta, como também: 1) o enfrentamento entre ele e o Batman remete à primeira aparição de Anatoli nos quadrinhos, que se deu em março de 1988, em  "Batman 417: Ten nights of the Beast, part I" (Batman 417: As dez noites da Besta, parte I), onde tenta matar dez pessoas ligadas ao projeto "Guerra nas Estrelas" (incluindo o então presidente estadunidense Ronald Reagan) e foi enfrentado pelo Batman; e 2) se, em "As dez noites da Besta", Anatoli cai na armadilha do Batman e acaba trancado numa sala nos esgotos de Gotham, aparentemente sendo deixado lá pelo homem-morcego para morrer (posteriormente, noutra história, descobre-se que não), no filme ele aparentemente morre com a explosão provocada pelo Batman durante o salvamento de Martha Kent - Aqui, especulemos: É capaz que essa situação posteriormente seja utilizada para justificar uma nova aparição de Anatoli, desta vez utilizando máscara e uniforme de KGBesta (para encobrir queimaduras, talvez) e um arma implantada no lugar da mão esquerda, como nos quadrinhos.



A primeira aparição de Anatoli Knyazev no filme,
como segurança do general nigeriano e muçulmano,
pode ser tomada como referência ao assistente do KGBesta na HQ,
o iraniano mulçumano Nabih Salari.

   Ainda em se tratando do Batman, há referências à história "A morte de Robin" (original: A kill in the family), mais precisamente no que tange à morte do Robin e à perturbação de Bruce Wayne por conta disso, algo visível quando ele para e olha o uniforme de seu falecido parceiro. Detalhe: Nessa história, o Superman é mandado para dar um jeito no Batman, caso este tente algo contra o Coringa, transformado em embaixador do Irã, e o homem-morcego chega a desferir um soco no kriptoniano.





   Agora, quanto ao Superman, a pergunta feita à Senadora Finch, "Deve haver um Superman?" refere-se a uma história de Elliot S. Maggin e Curt Swan, Superman 247, de 1972, na qual os Guardiões de Oa acusam o Superman de ser um mal para a humanidade por interferir no seu destino.





   E a lança de kriptonita utilizada pelo Batman remete à lança que Lex usa em "Lendas do Universo DC Online", história relacionada ao jogo DC Universe Online Legends e na qual Lex Luthor faz uma aliança com Brainiac, mata todos os heróis e, posteriormente, tendo os seus planos frustrados pelo seu sócio, viaja no tempo para ter a ajuda dos heróis (que ele havia matado) em impedir que aquele futuro aconteça.





   As cenas do sequestro de Martha Kent remetem a duas histórias (na verdade, três, depois explico). Quando ela aparece como garçonete do Rolli's Diner, a referência é a Superman 09, de 1987, "Metropolis, 900 miles", onde Lex Luthor aparece fazendo uma proposta indecente a uma garçonete da Rolli's Diner. A segunda história é de Superman 02, de 1987, na qual Lex rapta Lana Lang após descobrir que Superman possui ligações com Smallville, chegando a descobrir sua identidade secreta - embora tenha se recusado a acreditar.
   Há ainda referência a "Os Novos 52", o novo universo quadrinhístico da DC, mas não posso falar sobre simplesmente por não o estar acompanhando. Quanto ao referencial existente a outras histórias, como "Crise nas infinitas Terras" e "Injustiça: Deuses entre nós", ele serão melhor abordado noutra seção e por um motivo que lá será explicado.





Outras Referências

   O filme também faz referência ao game "Arkham", mais especificamente à presença do mordomo Alfred fazendo as fezes da Oráculo como guia de operações do Batman e à mecânica de luta, com abordagem surpresa e maior brutalidade - não que isso não constasse nas HQs e animações precedentes ao jogo, só que, por meio dele, a perceptividade do estilo de luta do Batman é maior.





   Também há referência a um importante e conhecido momento da história estadunidense: O começo da Revolução Americana, quando os EUA obtiveram sua independência da Coroa Britânica. Quando Lex Luthor recebe da senadora a notícia de que a carga (o fragmento de kriptonita) será bloqueada no porto, ele começa a falar que os capas vermelhas estão vindo e a bater os dedos da mão direita numa mesa (até ser parado pela política). Pois bem, a frase é uma referência a "Os casacas vermelhas estão vindo!", a qual Paul Revere gritou em 1775 para avisar os colonos independentistas acerca da vinda dos britânicos - a fala de Lex sobre "um sinal se for por terra, dois se for pelo ar" também remete a esse acontecimento histórico, sendo uma referência às palavras de Henry Wadsworthy Longfellow no poema "Paul Revere's Ride": "One if by land, and two if by sea" (Um se for por terra, e dois se pelo mar). Tal verso descreve o sinal utilizado no início da Revolução Americana por Paul Revere, que determinou que duas lanternas fossem colocadas na Torre da Igreja de Boston, uma delas sendo acessa para avisar aos independentistas que os britânicos estavam chegando por terra, enquanto duas o eram caso eles viessem por mar.





   Aproveitando que a poesia foi mencionada, que tal um pouco de prosa? Conhecem ou já ouviram falar de "Lolita", de Vladimir Nabokov? Então, quando Lex encontra com Lois Lane no topo da Lex Corp, ele recita uma série de frases difíceis de se capturar, exceto por duas, que podem ser ouvidas quando ele recebe Lois e são seguidas por "Plain Lo, in the morning. Lola in slacks" (Era apenas Lo pela manhã, de calças era Lola), frases estas que foram tiradas do anteriormente mencionado romance. O mais curioso nisso tudo é que o ator que interpreta o Alfred, Jeremy Irons, estrelou a adaptação cinematográfica de 1997, feita por Dominique Swain.
   Outra obra literária, já adaptada cinematograficamente, referida no filme é "O Mágico de Oz", quando Perry White diz, ao notar o sumiço de Clark, que o Smallville bateu os calcanhares três vezes e voltou para o Kansas. Na história infantil, Dorothy, calçando os sapatos mágicos, precisa bater os calcanhares três vezes e dizer para onde quer ir, escolhendo voltar ao Kansas.
   Já nos créditos finais, pela primeira vez os dois criadores do Batman foram mencionados numa obra cinematográfica. Até 2015, somente Bob Kane o era, mas, em "Batman vs Superman: A origem da justiça", Bill Finger também é creditado. Além deles, Frank Miller e Jim Lee também foram devidamente mencionados nos créditos e também foi feita uma homenagem mediante a utilização dos dois policiais anteriormente mencionados, um dos quais foi creditado como Oficial Mazzuchelli, homenageando David Mazzuchelli, artista de "Batman: Ano Um", enquanto o outro o foi como Oficial Rucka, em homenagem a um dos maiores escritores do homem-morcego, Greg Rucka.
   Outra referência é a utilização da personagem Mercy Graves (interpretada por Tao Okamoto), que apareceu pela primeira vez na série animada do Superman, na qual atuava como guarda-costas de Lex Luthor. Curiosamente, o nome dela é composto por nomes que são duas palavras inglesas: Mercy, que significa "clemência, misericórdia" e também é usada como exclamação de susto ou medo; e graves, que pode ser tomado tanto como o plural do substantivo grave (sepultura, vala, túmulo, sepulcro), quanto como a terceira pessoa do singular do verbo grave (enterrar, sepultar).



"A Misericórdia sepulta".

   Além dela, outro personagem que dá as caras é Emmet Vale, o sujeito interpretado por Ralph Lister e que, diferentemente do que vi em alguns blogs e sítios brasileiros, não é o cara que encontra o maior fragmento de kriptonita na costa da Índia, mas sim um cientista do laboratório de Luthor, mais especificamente, aquele que narra a efetividade do fragmento de kriptonita durante o tour da Senadora Finch ao laboratório. Emmet Vale, nos quadrinhos, foi o responsável por classificar e nomear a kriptonita, além de ter construído o vilão Metallo.



Este é o Metallo, que também dá as caras
em "Entre a foice e o martelo", como um dos vilões
construídos por Lex Luthor para destruir Superman.

   E por falar em laboratórios... Os S.T.A.R. Labs são referidos quando Bruce Wayne vê os vídeos dos meta-humanos e mais especificamente o que mostra o surgimento do Ciborgue, ficando claro que Silas Stone - pai de Vic Stone, o Ciborgue - estava trabalhando neles. Tais laboratórios são reconhecidos como a base de operações do Flash em sua série televisiva.
   O ano de introdução do Superman nos quadrinhos - e mais precisamente na Action Comics número 01 - também é mencionado, quando Clark Kent discute com Perry White sobre publicar notícias verdadeiramente relevantes e como o Planeta Diário tinha um ideal quando foi fundado, ao que Perry diz que ele, Clark, também teria um ideal se estivesse em 1938, ano de fundação do jornal.





   Ao Coringa são feitas quatro referências: 1) Quando Bruce olha o uniforme do Robin, o mesmo está pichado com a caligrafia do Coringa; 2) Quando Clark Kent questiona Bruce Wayne sobre as ações do Batman e a descrença do milionário acerca do símbolo do Suprman e o alter ego do homem-morcego responde que é porque ele e Gotham não têm um histórico bom com malucos vestidos de palhaço; 3) No pesadelo de Bruce Wayne em que ele está num ambiente desértico, a arma que ele porta possui uma carta de baralho colada a ela, mais especificamente uma carta coringa; 4) Entre as colunas pichadas, pode-se reconhecer algumas pichações com a caligrafia do Coringa.



Em verde claro: Pichações com a caligrafia do Coringa, sendo que noutros momentos também se vê Jo+KR ou Joe+KR, isto é, Joker, "Coringa".
Em verde escuro: O ponto de interrogação que remete ao Charada.
Em vermelho: O nome de Afrodite pichado.

   Entre essas mesmas colunas também é possível ver o ponto de interrogação que é característico do vilão Charada e o a pichação com o nome de Afrodite. Não, não é o cavaleiro de ouro de peixes, mas sim a adaptação da DC da deusa olímpica Afrodite, a qual já foi aliada da Mulher Maravilha, da mãe desta (Hipólita) e de Lana Lang - esta última sendo uma garota da infância de Clark e que é mencionada em muitas histórias, sendo que é da família dela a fazenda cujos cavalos se afogaram depois que Jonathan Kent ajudou a salvar a fazenda de sua família da inundação, segundo ele (re)conta à Clark (talvez numa memória).
   Agora, se personagens relacionados ao Batman e à Mulher-Maravilha são referenciados por meio de pichações, o arqui-inimigo clássico do Superman, o Lex Luthor, se encontra rodeado por obras de arte. Uma delas, a mais evidente, será abordada mais adiante, porém, a outra, nada evidente, se mostra um prenuncio. É a obra na parede da mansão Luthor, que aparece quando Bruce Wayne e Clark Kent trocam farpas.





   Muito semelhante à obra "A Balance of Terror", de Cleon Peterson, que mostra personagens de preto perpetrando atos terrivelmente violentos contra personagens de branco, pode-se dizer que ela não apenas anuncia a surra que o Cavaleiro das Trevas dá no farol luminoso da esperança, mais conhecido como Superman, como apresenta quase todos os temas abordados no filme. 
   Aliás, nessa mesma cena de troca de farpas, Bruce Wayne dá uma alfinetada em Clark Kent, dizendo que o Planeta Diário escreve artigos sempre que o Superman salva um gato de uma árvore. Acontece que isso é uma referência ao primeiro filme de Superman, com Christopher Reeve, no qual o kriptoniano salva um gato de uma árvore como forma de mostrar que nenhuma ação é demasiado pequena para ele.
   Outra referência diz respeito a um dos locais onde a luta contra Apocalipse se desenrolou: Stryker's Island ou, em português, Ilha Stryker. No filme, é dito que o local é abandonado, mas, nos quadrinhos, o mesmo é uma ilha prisional superpovoada por meta-humanos.
   Mas não acaba por aí. Lembram-se da cena em que a família Wayne sai do cinema? Então, o mesmo letreiro que mostra que a  "A marca do Zorro" está em exibição também mostra que em breve, numa quarta-feira, o filme "Excalibur" estreará. Pois bem, além de situar o ponto de origem do Batman  em 1981 (o filme estreou em 10 de abril de 1981, uma sexta-feira), esse detalhe de certo modo anuncia o filme da Liga da Justiça na medida em que tal organização pode ser vista como uma versão moderna dos Cavaleiros da Távola Redonda e que, nos EUA (quanto ao Brasil, eu não sei), novos livros de banda desenhada são lançados às quartas-feiras.
   No cemitério dos Wayne, é visível o nome Solomon Wayne. E quem foi ele? Bem, Solomon Zebediah Wayne é o ta-ta-ta-taravô de Bruce Wayne, um juiz, um dos homens responsáveis pelo começo de Gotham e o que promoveu o estilo arquitetônico da Velha Gotham numa história resultante da decisão de se procurar aproximar a Gotham dos quadrinhos da Gotham que Anton Furst desenhou para os filmes do Batman de Tim Burton.



Solomon é o cara segurando o desenho.
A história em questão é "Legends of The Dark Knight, nº 27: Destroyer - part 2",
a qual aparentemente não foi publicada no Brasil.

   E já que falamos de cemitério, sabe o túmulo pública do Superman? Então, nele é possível ler a inscrição "Se você procura seu monumento, olhe ao seu redor", a qual é uma homenagem ao arquiteto Christopher Wren, falecido em 1973.





   No caso do túmulo de Superman, a frase teria sido colocada como uma forma de dizer que Metropolis e o mundo só continuam existindo porque ele sacrificou sua vida para isso. Agora, chega a ser bem mais curiosa a relação feita entre arquitetura e morte... Como se fosse uma dica... Principalmente se considerarmos que o verbo inglês architect pode ser usado da mesma forma que o nosso "arquitetar", porém, mais adiante eu retomo isso.
   A cena de Clark levando flores e mantimentos para Lois vagamente remete a Superman II, onde ele cozinha um suflê para ela usando sua visão de calor e voa pelo mundo para lhe arranjar umas flores tropicais - a mesma cena também retrata o problema de ele pertencer ao mundo e não à Lois, criando uma conexão com o momento derradeiro em que ele diz para sua amada que ela é o mundo dele.
   Outra duas interessantes referências são: A colocação do canal 8, Metropolis News, como uma estação afiliada ao GBS/Galaxy Broadcasting,  uma fictícia rede de televisão que aparece em várias histórias do Superman, sendo também possível ver um microfone da referida rede durante uma coletiva de imprensa; e quando Perry White chama Clark de "Smallville" em mais de uma vez no filme, isso sendo uma referência a "Superman: The animated series", em que o nome da cidade natal de Clark era usado por Lois como um apelido carinhoso ou condescendente para ele.





   Ah, essa caranga aí em cima? Então, esse carro é utilizado por Bruce Wayne quando se desloca até a mansão de Lex Luthor e é um Aston Martin DB Mark III, sendo o mesmo tipo de carro originalmente utilizado por James Bond no romance "Goldfinger", de Ian Fleming. De certo modo, essa é uma referência dupla, pois, além de referir-se ao espião 007, faz referência ao título de "o maior detetive do  mundo" que o Batman porta - afinal de contas, pode-se considerar que espiões não deixam de ser um tipo de detetive (e vice-versa).
   E já que falamos em espiões, eles costumam servir a pelo menos um país e suas ações costumam ser alternativas aos conflitos armados ou auxílio aos mesmos, estando portanto, atreladas a decisões políticas, decisões que frequentemente são tomadas por aqueles que ocupam cargos políticos. No caso dos EUA, tais decisões envolvendo conflitos armados vão passar principalmente pela presidência e o Congresso, onde atuam senadores. E você sabe quem atualmente é o senador mais antigo em serviço nos EUA?





   Patrick Leahy, de Vermont. Ele, que já esteve como terceiro na linha sucessória à presidência dos EUA, é um fã declarado do Batman, tendo, inclusive, escrito vários prefácios para coleções de histórias em quadrinhos que têm o Cavaleiro das Trevas como protagonista. E essa franca afeição permitiu que ele aparecesse como ele mesmo em "Batman e Robin", como um membro do conselho das Empresas Wayne na trilogia do Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan e, agora, no papel do Senador Ferrington ao lado da Senadora Finch nas audiências no Capitólio.
   Calma que tem mais e essa tem a ver com a cena em que os capangas de Lex levam o Batman a persegui-los freneticamente com o batmóvel por entre navios, edifícios e contêineres. Então, o primeiro edifício, do qual o batmóvel irrompe, é o "Nicholson Terminal & Dock Company". Sim, Nicholson, provavelmente uma referência a Jack Nicholson, cuja interpretação de Coringa é mais do que famosa.





   Há ainda a referência a Steve Trevor, o homem que cai em Themyscira e leva a Mulher-Maravilha ao mundo do patriarcado. Quer dizer, ele aparece na foto de 1918 em que Diana posa junto de outros indivíduos.


O Steve é o cara loiro à direita da Mulher-Maravilha.





Flashes de um futuro esquecido

   Atormentado pela morte dos pais e do Robin, Bruce Wayne, o Batman, sofre com pesadelos, mas o que parece ser um deles não o é realmente. Ao que tudo indica, as cenas oníricas que vemos quando Bruce adormece em frente ao computador são vislumbres de um futuro, um futuro que provavelmente já não existe mais, pois Lois Lane não morreu. O que de tão ruim teria acontecido se ela tivesse morrido?
   A resposta está na história do game "Injustice: God among us", o qual rendeu uma série de HQs que está no seu quinto ano. Nela, basicamente, o Coringa utiliza um gás do Espantalho alterado para afetar o Superman e o faz crer que está lutando contra o Apocalipse e o levando para fora da Terra. Porém, quem o kriptoniano enxerga como sendo o Apocalipse é Lois Lane, provocando, assim, a morte dela e de seu filho não nascido. Só que não para por aí: O palhaço de Gotham também detona uma ogiva nuclear em Metropolis, varrendo-a do mapa.





   Irado, Superman mata o Coringa diante do Batman e dá início à pacificação do mundo, o que, na prática, é a instauração de um estado policial em todo o planeta Terra. Para isso, ele recebe o apoio do Ciborgue, do Lanterna Verde Hal Jordan, da Ravena, da Mulher Maravilha, do Lex Luthor (que nunca foi um criminoso) e... De Sinestro e sua tropa, bem como do Espectro, chegando a derrotar a  tropa dos lanternas verdes e a matar o deus Hércules, entre muitas, muitas outras coisas.
   A essa realidade o filme faz um punhado de referências, como a forma como o Superman arranca a máscara do Batman aprisionado ou os soldados de Superman, que também possuem um visual bem semelhante ao dos "soldados de pílula verde" que atuam sob as ordens da Liga da Justiça em "Injustice: Gods among us", bem como o ultimato de Superman para Batman após interromper a perseguição deste aos capangas de Luthor, que lembra certa cena do quarto ano de "Injustice: Gods among us". Ah, Jimmy Olsen morre enquanto acompanha Lois numa missão jornalística, ele é executado.



Ah, claro, e a cena em que o Batman está preso e é morto pelo Superman,
com o peito sendo atravessado pelo braço do kriptoniano,
lembra a cena em que o Coringa, sendo interrogado pelo Batman,
é morto pelo Superman de igual forma. 

   Agora, retornando aos vislumbres de tal realidade, especula-se se eles teriam penetrado na mente de Bruce como efeito colateral da viagem espaço-temporal de Flash. Aliás, a cena imediatamente seguinte ao "pesadelo" de Bruce, na qual Flash aparece como que por uma fresta espaço-temporal remete à história "Crise nas Infinitas Terras", quando Flash corre velozmente para parar o canhão de anti-matéria e acaba voltando no tempo, entrando, assim, em contato com - entre outros - o Batman.





   Assim, se considerarmos que o Flash realmente viajou no tempo para interferir no passado de modo a alterar o futuro, então o fato de o Batman terminar o filme partindo em busca dos meta-humanos somado ao fato de Lois Lane continuar viva poderiam indicar que essa mudança já aconteceu - e provavelmente não se verá um Superman tiranizando o mundo e de alguma forma aliado a Darkseid, como é dado a entender no "pesadelo" de Bruce Wayne, sobretudo pela presença dos parademônios (soldados de Darkseid) combatendo e capturando o Batman e o seu pessoal.



O ômega, símbolo de Darkseid, e os parademônios dão as caras no filme.

   Para finalizar essa seção e já que o Darkseid foi mencionado, o barulho que o Lex Luthor Jr imita, "Ding! Ding! Ding", está sendo tratado como sendo semelhante ao "Ping! Ping! Ping!" das caixas maternas... Só que em "Injustice: Gods Among Us", ano cinco, Lex Luthor cria um clone do Superman para conter o tirano, esse clone sendo o Bizarro. E daí? E daí que, quando o Bizarro foge do tanque em que foi feito, um alarme dispara, fazendo "Ding! Ding! Ding!"... Não que Darkseid deva ser descartado, muito pelo contrário, só que essa "relação" entre o Bizarro da supracitada HQ com o Apocalipse do filme nos leva à próxima seção.




Referências a um futuro vindouro

   Que futuro não é vindouro? Aquele que fica esquecido no campo das possibilidades porque alguém fez um escolha que não leva para ele ou porque alguém viaja no tempo e cancela tudo porque deu merda. No caso, como já dito, o futuro em que um Superman sem sua amada toma o controle da Terra e é de algum modo aliado a Darkseid passa a ser apenas um futuro possível enquanto outro futuro vem por aí. E existem algumas referências a essa nova realidade futura.
   Para começar e aproveitando o falatório sobre Darkseid na seção anterior, se o senhor de Apokolips é faminto por algo, o é por destruição e por controle, já que pretende obter a fórmula anti-vida para deixar o universo do jeitinho dele, porém, outro alienígena faminto que poderia estar vindo é Brainiac, cientista alienígena que tem fome de informação - e, considerando que Zod é´oriundo de Kandor, a cidade kriptoniana engarrafada por Brainiac e mencionada pela nave no filme, não seria totalmente descartável que alguma sonda do "engarrafador de cidades" tenha rastreado Zod até a Terra, atraindo-o para cá a fim de impedir que mais alguém além dele tenha conhecimento a respeito da civilização kriptoniana, tal como é mostrado na HQ "Brainiac".




É nessa edição que mostra o Brainiac
explicando que rastreou o Superman e a Terra,
que ele não quer dividir o conhecimento que ele tem sobre os mundos
e demonstra poder fazer download do conhecimento presente na mente alheia.

   Agora, considerando que nessa mesma história é mostrado que Brainiac pode extrair o conhecimento da mente alheia, eu não descartaria que ele fosse utilizado como uma espécie de aliado de Darkseid ou mesmo de inteligência artificial construída pelo regente de Apokolips com o propósito de obter a fórmula anti-vida, que se encontra distribuída no inconsciente de todos os homens. Desta forma, poder-se-ia utilizar e situar Darkseid como o líder político que ele é sem descaracterizá-lo.
   Só que, deixando o Darkseid e o Brainiac um pouco de lado, lembram que eu disse que o "Ding! Ding! Ding" tagarelado por Luthor faz uma relação entre o Bizarro de "Injustice: Gods among us" e o Apocalipse de "Batman vs Superman: Dawn of justice" e que isso levava para a próxima seção, no caso, esta? Então, para poder fabricar o Apocalipse, Lex Luthro Jr teve acesso à nave de Zod e ao conhecimento kriptoniano - e isso, quando vi o filme, imediatamente me fez lembrar da animação "Liga da Justiça: Deuses e monstros", de 2015.
   Isso porque, em tal animação - onde a Liga da Justiça é composta somente por Superman (Hernan Guerra, filho de Zod), Mulher Maravilha (a nova deusa Bekka, neta do Pai Celestial) e Batman (Kirk Langstrom, um cientista vampiro), não respondendo a ninguém além dela mesma -, Lex Luthor tem acesso à nave-incubadora kriptoniana que estava com o governo estadunidense e obtém todo o conhecimento contido nela, posteriormente se isolando numa espaçonave própria para mapear o universo a partir do conhecimento obtido na nave.



A nave incubadora que trouxe Hernan Guerra à Terra e a nave de Zod
também possuem alguma semelhança.

   E Lex Luthor alia-se ao governo estadunidense para desenvolver o projeto "Jogo Limpo", cujo objetivo era o desenvolvimento de meios para destruir o Superman e criar seres artificiais possuidores dos poderes dos três heróis, no caso: As presas capazes de sugar sangue do Batman; a visão de calor e a superforça do Superman; a espada portada pela Mulher-Maravilha e o tubo de explosão da caixa-mãe presente em tal arma; a capacidade de voar dos três. O que isso tem a ver com o filme?
   O acesso de Lex à nave de Zod possibilitou que ele obtivesse conhecimento sobre cerca de uma miríade de mundos, entre muitas outras coisas, tornando-o capaz, inclusive, de reproduzir certa abominação milenar kriptoniana - e a criação do Apocalipse pode ser o principio para o desenvolvimento governamental (obviamente que com a ajuda de Luthor) de seres como os vistos em "Liga da Justiça: Deuses e monstros", portadores dos poderes dos membros da Liga da Justiça e criados para, caso necessário, conter a organização de super-seres que ainda irá se formar.
   Ou seja, na esteira do surgimento da Liga da Justiça e do confronto entre ela e as forças de Darkseid (e, quem sabe, Brainiac), pode ser que se crie um clima de receio em relação a uma organização que se coloca como protetora do mundo sem responder direta ou indiretamente a nenhum governo desse mesmo mundo, isso favorecendo o desenvolvimento governamental de um exército de seres (clones mestiços? androides?) com os poderes de Flash, Ciborgue, Aquaman, Mulher-Maravilha e Superman (e, talvez, a aparência do Batman), desenvolvimento esse poderia até mesmo ser justificado por uma suposta "necessidade de se ter uma força tarefa capaz de proteger o mundo de seres como Darkseid caso a Liga da Justiça não possa".



Sim, tudo isso lembra o Projeto Cadmus (criado por Jack Kirby como o Projeto DNA, em 1970) conforme apresentado na série animada Justice League Unlimited, onde Lex Luthor (em simbiose com Brainiac), tenta
repetir a linha temporal que originou o universo dos Lordes da Justiça e provocar uma guerra meta-humana que
poderia destruir o mundo. O Projeto mescla a versão quadrinhística do Cadmus com o Esquadrão Suicida
(chamado de Força Tarefa X, seu real nome nas HQs) e a organização secreta Xeque-Mate, tendo sido responsável pela criação do Apocalipse (um clone do Superman, algo não muito distante do Apocalipse feito a partir do Zod), da gangue Royal Flush, da Galatea (clone da Supergirl) e dos ultimen (vistos na imagem acima).
Detalhe: Lex Luthor tenta ressuscitar Brainiac na segunda temporada para dar continuidade ao plano de
conquista mundial, só que acaba ressuscitando Darkseid...


   Para finalizar esta seção, acho importante dizer que, em "Liga da Justiça: Deuses e monstros", as criaturas desenvolvidas pelo projeto "Jogo Limpo" são utilizadas por um dos cientistas participantes para eliminar os demais cientistas e incriminar a Liga da Justiça, forçando o governo estadunidense a ativar o projeto - e tudo para que ele possa executar o plano de detonar uma bomba de nanitas, a qual faria aparecer sete bilhões de tubos de explosão microscópicos no planeta Terra, cada um deles implantando uma nanita na mente de alguém, conectando todas as mentes de modo a formar uma só... Algo que lembra - e muito - o plano de Darkseid de utilizar a fórmula anti-vida para implantar uma espécie de panteísmo universal. Agora, grave o nome do cientista em questão, principalmente o sobrenome: Will Magnus.






Alexander "Lex" Luthor Junior

   Elemento indispensável à mitologia do Superman, o personagem Lex Luthor surgiu na Action Comics 23, de 1940, sendo um cientista louco com cabelos ruivo brilhantes, perdidos num acidente de laboratório provocado pelo Superman. Aparições posteriores revelaram que Lex seria abreviação de Alexander ou de Alexei e que ele teria sido amigo de infância de Clark Kent, só que...



Nas primeiras encarnações quadrinhísticas, Lex Luthor fazia o tipo cientista maluco, como é possível perceber
nos quadrinhos acima, onde ele acusa o Superman de deliberadamente ter destruído o projeto dele por
o invejar - se isso não tem um quê de paranoia misturada com megalomania... Enfim, o Lex Luthor do filme
não está tão distante disso, na verdade, está bem próximo, de modo que as acusações de que ele estaria
mais para Coringa simplesmente não fazem sentido.


   ...O Lex Luthor do filme não é o Lex que se conhece, mas sim certo Lex Luthor Junior, filho do fundador da Lex Corp, como ele, durante o tour da senadora Finch ao seu laboratório, deixa bem claro ao dizer que "o Lex da fachada da empresa é do meu pai". Ou seja, o pai deste Lex Luthor não é o Lionel Luthor da telessérie Smallville e de histórias em quadrinhos posteriores, mas sim outro Lex Luthor.



Saca a cabeleira ruiva? Pois é, esse é o Alexnder Lex Jr
como apresentado em "Crise nas Infinitas Terras".

   Aliás, aproveito essa questão dos nomes para retornar ao fato de Lex ser - vez ou outra - redução de Alexander. O motivo do retorno é simples: Alexander e Alexandre são variantes do mesmo nome, havendo uma referência no filme ao conquistador macedônio Alexandre Magno (do Latim Magnus, significando "O Grande", mas... Vocês ainda se lembram do Will Magnus? 'Guentem aí), mais precisamente quando Bruce Wayne e Diana se reencontram e há a exibição de uma réplica da espada que Alexandre teria utilizado para cortar o nó górdio. Antes de prosseguir na questão do nome, faz-se necessário explicar sobre o nó.



O nó górdio

   A lenda remonta ao século VIII a.C. e diz que, quando o rei da Frígia (na Ásia Menor) morreu sem deixar herdeiros, uma consulta ao oráculo revelou que o próximo rei seria aquele que chegasse à cidade num carro de bois. Esse homem foi o camponês de nome Górdio e, para não esquecer seu passado, amarrou o carro que lhe rendeu a coroa numa coluna do templo de Zeus. Nó esse que se mostrou impossível de ser desatado.



"Alexandre O Grande corta o nó górdio"
de Jean-Simon Berthelemy (1743-1811)


   Górdio reinou por longo tempo e seu filho, Midas, o sucedeu, expandiu o império e morreu sem deixar herdeiros - o que rendeu outra consulta ao oráculo, este anunciando que aquele que desatasse o nó de Górdio (ou nó górdio) dominaria toda a Ásia Menor. E quem foi que fez isso? Quem? Quem? Quem?
   Raimundo Nonato! Brincadeira. Passaram-se cerca de quinhentos anos até que o problema do nó fosse resolvido por Alexandre, que ouviu a lenda ao passar pela Frígia, ficou intrigado e foi até o templo de Zeus averiguar a coisa. Dizem que, depois de muito analisar o nó, ele simplesmente o cortou com sua espada - e, não muito depois,.conquistou toda a Ásia Menor.



De volta ao defensor da humanidade

   Depois de contada a lenda, fica mais fácil de entender o porquê de o nó górdio ser utilizado como metáfora para um problema (que parece) insolúvel, bem como o motivo pelo qual a expressão "cortar o nó górdio" significa "resolver um problema (que parece) insolúvel", mas... O que isso tem a ver com "Batman vs Superman" e com o Lex Luthor para estar na seção referente a ele? Simplesmente tudo.
   Quem manja dos quadrinhos sabe que Lex Luthor almeja o domínio mundial e encontra no Superman o seu empecilho, ou seja, o último filho de Kripton é o nó górdio que impede que a Terra tenha o seu rei coroado, seja ele terráqueo (Lex Luthor) ou extraterrestre (Darkseid ou Brainiac). Assim, a eliminação do Superman se faz necessária para que alguém possa dominar o planeta inteiro. No caso, sem o Superman para manter alienígenas afastados, a Terra fica vulnerável e a vinda desses mesmos alienígenas poderia resultar na alçada de certa pessoa (Lex) ou grupo (a Liga da Justiça) a uma posição na qual seria possível assumir as rédeas do globo.





   Ou seja, considerando que muitas cenas do filme não necessariamente podem estar em ordem cronológica, pode ser que o plano de Lex Luthor sempre tenha sido matar o Superman para provocar uma invasão alienígena, cujas consequências justificariam certas medidas de que ele tomaria parte e que poderiam culminar na tomada do mundo pelo careca. Como já discutido na seção anterior, a formação de uma exército de super-seres supostamente objetivando a defesa do mundo e da humanidade parece ser o mais óbvio - aliás, o nome próprio Alexander é oriundo do Grego por intermédio do Latim, da junção de alexein (afastar, manter fora, deixar algo à distância, defender, proteger) com aner, forma genitiva de andros (homem), e significa "defensor da humanidade". O que retoma a questão de Lex Luthor querer ser uma espécie de deus da Terra no lugar do Superman.




Concluindo (finalmente!)


"Mas eles precisam ser inspirados, e vamos encarar os fatos, 'Super-Homem'... A última vez que você realmente inspirou alguém foi quando esteve morto."
- Batman para Superman em "Crise Infinita" (2005-2006).


   Definitivamente o filme "Batman vs Superman: A origem da justiça" é grande demais para mentes pequenas - principalmente por ser um amálgama muito bem feito de várias histórias, com propositais inversões e substituições para permitir o melhor encaixe e um ainda melhor gozo da obra cinematográfica. Não, eu não esqueci do Will Magnus.
   Penso que a menção ao Alexandre Magno, cujo nome comporta tanto o nome de Alexander "Lex" Luthor Jr quanto o de Will Magnus [6], também possa ter sido uma muito bem pensada referência ao universo de "Liga da Justiça: Deuses e monstros" e um indicativo de que Lex Luthor é que estaria por trás de um projeto similar ao "Jogo Limpo", o que cria uma associação quase automática com o Projeto Cadmus - levando à certeza de que o filme do Esquadrão Suicida trará mais peças para o quebra-cabeça.
   Assim, se eu estiver certo, temos um Lex Luthor Jr que, se não está simbioticamente associado ao Brainiac, tenta invocá-lo a este mundo (ele está vindo e está faminto), acabando por trazer Darkseid - o que não faz muita diferença (a não ser que ele tente se apoderar da mente de todos os humanos), já que o plano seria provocar uma guerra entre seres super-poderosos (o que explica ele ter catalogado alguns deles) a fim de justificar a criação ou utilização de seres superpoderosos para conter a recém-formada Liga da Justiça, garantindo-lhe a domínio do mundo - lembrando que, a HQ "O Cavaleiro das Trevas" foi a base do filme e que, na sua sequência, "O Cavaleiro das Trevas 2", fica-se sabendo que a aposentadoria imposta aos justiceiros uniformizados não passou de parte do estratagema de Lex Luthor para dominar o mundo (a começar dos EUA).
   Para corroborar ainda mais isso, lembremos que a celebre HQ "Watchmen" traz Ozymandias, o responsável por todo o plano cuja descoberta pelo Comediante o levou a ser assassinado, se espelhando na figura de Alexandre Magno para os seus sonhos de grandeza e plano de unificação global da humanidade contra um inimigo comum e externo.
   Por fim, já que voltei a mencionar o Comediante, estão lembrados da morte dele lá no começo desta pequena monografia? Então, o Superman foi morto e muita gente viu uma completa falta de sentido nisso, achando que o mesmo deveria morrer depois que a Liga já estivesse formada... Só que, da mesma forma que a morte do Comediante serviu de ponto de partida para todo o desenrolar da trama, motivando Rorschach a rever os antigos Combatentes do Crime ainda vivos, a morte de Superman atua como motivação para Bruce Wayne reunir os meta-humanos - o que nos leva à epígrafe desta conclusão.


NOTAS

[1] Mesmo o Batman (Bruce Wayne) pode ser considerado como tal, pois o poder dele é de outra ordem, econômica, e, por meio dele, tem acesso a uma infinidade de coisas que meros mortais não possuem (ex.: Nos quadrinhos, teve a coluna quebrada pelo Superman, mas recuperou-se disso) - inclusive, se ele quisesse desenvolver superpoderes de uma maneira segura (sem os efeitos colaterais de ser exposto à kriptonita, por exemplo), certamente conseguiria. 

[2] Um easter egg ("ovo de páscoa", termo utilizado para se referir a elementos e brincadeiras escondidas em jogos, filmes e outras mídias) costuma ser tratado como "uma referência escondida", logo, uma referência em si tem a obrigatoriedade de ser explícita ou, no mínimo, estar à vista, enquanto o easter egg deve estar escondido, tal como os ovos de Páscoa da vida real. Todavia, considerando que já existe toda uma confusão semântica entre easter eggs, referências, in-jokes (piadas internas), cameos (aparições curtas de personagens fictícios ou figuras públicas reais) e outros, todos são tratados neste texto como sendo "referências" - salvo quando dito o contrário. 

[3] Ironicamente, se em "Eu sou a lenda" (2007) há o alastramento de uma praga que transforma as pessoas em zumbis - que como todo mundo que conhece os zumbis da cultura pop sabe, comem cérebros -, em 2016, nós da "realidade verdadeira" (será?) nos deparamos com o alastramento do vírus da Zika, relacionado à casos de microcefalia, em que as crianças nascem com cérebros (e crânios) menores, e de síndrome de Guillain-Barré, em que, entre outras coisas, problemas neurológicos são causados.

[4] Nesse caso, considerando a relação de Kal-El com seu pai, Jor-El, ele estaria mais para o Jesus dos trinitaristas do que para o daquelas vertentes cristãs que consideram Jesus e o Pai como a mesmíssima figura.

[5] Devo dizer que é incrível a similaridade entre o atentado suicida orquestrado por Duas Caras e o atentado suicida de 11 de setembro de 2001, apenas trocando-se os dois aviões por dois helicópteros.

[6] Alexandre foi denominado pleos gregos como Mégas Aléxandros (Grande Alexandre) e Aléxandros Ho Mégas (Alexandre O Grande), sendo a palavra Grega mégas cognata do Latim magnus/magna/magnum, desta última língua advindo o Português Magno(a). Em Inglês, até onde eu sei, Alexandre é referido como Alexander the Great e a palavra magnus ocorre como nome próprio. Todavia, nada impediria os responsáveis de traçar uma relação entre The Great/Mégas e Magnus de modo a relacionar Alexander "Lex" Luthor Jr e Will Magnus, conforme apresentado.





REFERÊNCIAS

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